Em uma importante mobilização em defesa da valorização da história e da cultura cuiabana, a Câmara Municipal de Cuiabá aprovou no dia 18 de março de 2025 a Lei Ordinária nº 7242/2025, que institui a data comemorativa da primeira missa celebrada em solo cuiabano, ocorrida em 21 de fevereiro de 1721. O projeto, de autoria da vereadora Maysa Leão, foi sancionado pelo prefeito Abilio Brunini no dia 11 de abril de 2025, em cerimônia simbólica no Salão Nobre do Palácio Alencastro.
A iniciativa foi construída a várias mãos e contou com o apoio de lideranças locais. No dia 26 de novembro de 2024, estiveram reunidos com a vereadora Maysa Leão, na Câmara Municipal, o historiador e idealizador do projeto “Redescobrindo o Coxipó do Ouro”, Valdemir Taques, e o presidente da Central de Associações Rurais de Cuiabá (CAR-CBA), Thiago Pedroso.
A fala de quem vive e valoriza a história
Para Valdemir Taques, resgatar a data da primeira missa é resgatar a origem da própria cidade:
“Cuiabá completou oficialmente 300 anos em 2019, mas a história da nossa capital começa bem antes, no Coxipó do Ouro. Foi ali, próximo ao encontro dos rios Coxipó e Mutuca, que Pascoal Moreira Cabral encontrou ouro de aluvião e fundou o que se tornaria o Arraial da Forquilha. A celebração da missa em 1721 não foi apenas um ato religioso, mas um marco de organização e fundação da comunidade. Esse reconhecimento oficial é um passo necessário para manter viva nossa memória e identidade.”
Já Thiago Pedroso reforçou a importância da iniciativa como uma ferramenta de educação e valorização cultural:
“Mais do que aprovar uma data comemorativa, estamos construindo pontes entre gerações. A história da primeira missa e do povoamento do Coxipó do Ouro precisa ser contada, ensinada nas escolas e valorizada como patrimônio cultural. Essa conquista é resultado de um trabalho coletivo e contínuo de toda a comunidade rural e dos que acreditam na força da nossa história.”
Tradição e fé: a celebração continua viva
O 21 de fevereiro já era tradicionalmente lembrado pela comunidade do Coxipó do Ouro. Desde 1971 até o ano 2000, a missa em memória da primeira celebração religiosa era organizada todos os anos, sendo interrompida por um período e retomada com força em 2016. No Jubileu de 300 anos, em 2021, foi realizado um grande evento com a presença do então Arcebispo Metropolitano de Cuiabá, Dom Milton Antônio dos Santos, do pároco da comunidade, padre Pedro Canísio e Padre Felisberto Samoel da Cruz.
Riqueza cultural e turística
O reconhecimento da data também estimula o turismo histórico e religioso na região. O Distrito do Coxipó do Ouro guarda vestígios dessa trajetória centenária, com igrejas históricas, casarões antigos, famílias tradicionais como os Strobell, Freitas, Ferreira dos Santos, Stumpp, Amorim, Azevedo, Calazans, Morbeck, Pedroso, Oliveira, entre outras, além do rio Coxipó, ideal para banho e contemplação.
Vereadora celebra sanção do projeto
Durante a cerimônia de sanção, a vereadora Maysa Leão celebrou a conquista:
“Esses projetos culturais estavam sendo barrados, mesmo com todo o apoio da comunidade. Felizmente conseguimos derrubar os vetos, e agora esses importantes registros históricos estão garantidos por lei. Esse é um marco não só para a Câmara, mas para toda a população cuiabana.”
Um convite à memória coletiva
A oficialização da data comemorativa da primeira missa celebrada em Cuiabá convida toda a população – tanto cuiabanos natos quanto os que escolheram a cidade para viver – a conhecer melhor a origem da capital mato-grossense. É um chamado ao reconhecimento da fé, da história e das raízes que sustentam a identidade de um povo.
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