sexta-feira, 31 de julho de 2020

Ouro, fé e belezas naturais: Coxipó do Ouro é o futuro do ecoturismo na capital

Águas cristalino do rio Coxipó do Ouro: lazer e muita história


Você sabia que Eurico Gaspar Dutra, único mato-grossense a ser presidente da República, recebeu o sacramento do batismo na modesta capelinha de nossa senhora do Rosário, da Igreja de Nossa Senhora da Penha, na localidade do Coxipó do Ouro em 15/08/1883?

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Pres. Eurico Dutra
O distrito do Coxipó do Ouro, a apenas 23 quilômetros de Cuiabá, guarda histórias como essa e muito mais. Além de preciosidades históricas, tem tudo para se consolidar como importante polo de turismo sustentável em Mato Grosso. Poucos lugares no país conseguem juntar beleza natural, com matas, cachoeiras, trilhas e morros; lazer com águas cristalinas, e muitas histórias, verdadeiro berço da colonização cuiabana. Os bandeirantes paulistas chegaram à região no período classificado como 'febre do ouro' no Brasil, no século XVIII. Assinaram ali, às margens do rio Coxipó, a ata de fundação da então Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e construíram a primeira igreja.
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Igreja Nossa Senhora da Penha, a primeira da capital, onde o presidente Dutra foi batizado


Pascoal Moreira Cabral, segundo diversos relatos históricos, descobriu ouro na região do hoje distrito, mais especificamente no Arraial da Forquilha, e assinou a ata da fundação da cidade para garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. A quantidade de ouro, no entanto, teria se mostrado menor do que a esperada, o que fez com que o povoado fosse abandonado por parte da população. Sobretudo quando foram descobertas as lavras do Sutil, em Cuiabá, o que acabou atraindo grande parte da população do antigo arraial.
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Imagem ilustrativa sobre a chegada dos bandeirantes à região

Mesmo tricentenária, a chamada 'comunidade do Coxipó do Ouro' é 'quase' um povo esquecido. Quase porque volta e meia saem alguns lances de esperança de que os governos de plantão olhem para a região e enxerguem o potencial enorme desperdiçado.

A última boa ação neste sentido foi realizado pelo governo estadual. O então governador Pedro Taques iniciou e a administração do governador Mauro Mendes concluiu o asfaltamento de um trecho de 8,6 quilômetros da rodovia estadual MT-402, ligando o distrito até a Rodovia Emanuel Pinheiro (Estrada da Chapada/MT-251).


Sim, por incrível que parece até há pouquíssimo tempo não havia sequer ligação asfástica até o distrito.


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Depois de 300 anos asfalto chegou, interligando o distrito à rodovia para Chapada; falta agora asfalto via Morada da Serra

Outra iniciativa veio na administração do prefeito Wilson Santos. Ele chegou a fazer uma bela estrutura na localidade da ponte de ferro, a cerca de 10 km do distrito, sob o rio Coxipó, com áreas de lazer, espaço comercial, placa resgatando a história da região... Mas, pasme! O local não chegou a ser de fato usado. Era para ser transferido à iniciativa privada, mas o projeto ficou na construção da estrutura hoje totalmente depredada e saqueada.

Foi lembrada, claro, por vândalos, e esquecida pelo tempo e as administrações municipais.
1Complexo lançado em 2009 pela prefeitura totalmente abandonado

LUGAR SIMPÁTICO

Quem chega ao distrito do Coxipó do Ouro tem uma boa impressão do local. A praça principal, onde está a Igreja Nossa Senhora da Penha de França, e a única escola da localidade chamam a atenção.

Da rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, até a via principal pavimentada do distrito são aproximadamente 9 quilômetros.
A outra via de acesso é pela ponte de ferro, saindo pelo bairro Dr. Fábio, região da grande Morada da Serra. O asfaltamento deste trecho de aproximadamente 10 km permitiria que o distrito, até há pouco isolado, passasse a ter duas frentes de acesso pavimentadas. Dali até Chapada dos Guimarães são apenas 41 km, 20 km a menos que o trecho tradicional.

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Se é tão importante, por que não fizeram ainda?

Segundo o secretário-adjunto de Obras Rodoviárias da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Sinfra), Nilton de Brito, este é um projeto que já está no radar do governo Mauro Mendes. "Só esperamos retomar a licitação do Rodoanel, embargada pelo Tribunal de Contas da União, para fazer este trecho. Ele deve constar no novo projeto do rodoanel", assegura Brito. Segundo ele, todas as pendências apontadas pelo TCU já foram esclarecidas e a previsão é de asfaltar a via no ano que vem. "Sabemos da importância desta ligação", admite Brito.

1Nilton de Brito, adjunto da Sinfra: asfalto para distrito via Dr. Fábio deve sair em 2021

Para Thiago Pedroso, presidente da Associação de Moradores do Distrito do Coxipó do Ouro, a obra de pavimentação asfáltica vai gerar turismo, emprego e renda para a comunidade, sem contar a valorização da cultura e História de Cuiabá, pois Coxipó do Ouro é um museu a céu aberto, o distrito ostenta marcos históricos como o lugar que realizou a primeira missa na região central do país, o cemitério mais antigo datado em 1718, festas religiosas com mais de 190 anos de tradição, a 1ª fabrica de pólvora e o primeiro povoamento da região central do Brasil.

Thiago Pedroso Pres. Assoc. de moradores


Convite desta do Sr Divino do ano de 1888

Empreendedor no Coxipó do Ouro, Adeildo Silva, conhecido por Adê, é um entusiasta da obra e do potencial turístico da região. "Esse asfaltamento vai devolver de vez o Coxipó do Ouro a Cuiabá", avalia Adê, lembrando que o asfaltamento do distrito até a rodovia para Chapada foi importante, mas que a verdadeira integração virá com o asfaltamento deste trecho. "Vai ligar toda a Grande Morada da Serra, estamos falando de mais de 100 mil moradores, ao distrito onde tudo começou. Será fantástico isso", comemora.


Para Adê Silva, o asfaltamento da rodovia aliado a uma política de revitalização de pontos turísticos como o da 'ponte de ferro' e da próprio distrito, com centenária igreja Nossa Senhora da Penha, podem devolver de vez o desenvolvimento da região. Ele diz que irá procurar o senador Carlos Fávaro (PSD) para tentar assegurar emendas para duplicar as duas principais pontes da via: uma sobre a ponte de ferro e outra dentro da vila.
1Adê Silva: empreendedorismo e luta pela região


Agora na segunda quinzena de julho uma carreta literalmente 'entalou' na ponte de ferro, construída em alvenaria, mas para passagem de apenas um veículo por vez. Depois que a verdadeira ponte de ferro, vinda da Inglaterra, caiu durante uma enchente, construíram a estreita ponte. "Vamos unir esforços e correr atrás disso. Precisamos dar trafegabilidade, sem contar o risco de acidente, que é grande", pondera Adê.

Ele ressalta que a grande preocupação dos moradores e empreendedores da região, como é o seu caso, é com meio ambiente e a segurança pública.

"É fundamental que essa revitalização ocorra, mas que haja preservação meio ambiente. O rio Coxipó do Ouro é a nossa maior riqueza natural é precisa ser olhado com carinho. Já a segurança também é fundamental. Precisamos de um posto fixo da polícia no complexo da ponte de ferro, que esperamos que seja revitalizado, e outro no distrito", reivindica.

O ex-presidente da Associação dos Moradores do Coxipó do Ouro, Areolino Viana Filho, o 'Alemão', mora há 40 anos no distrito. Ele concorda que implementar o desenvolvimento sustentável e garantir a segurança das famílias que vivem na região são os dois principais desafios do distrito. "Queremos o desenvolvimento, mas com preservação", diz Alemão, que há décadas tem um balneário/restaurante na Vila, às margens do rio Coxipó.
1Alemão: queremos desenvolvimento, mas que seja sustentável

Ele considera fundamental, também, o resgate da história do distrito. Ex-estudante de Geologia da UFMT, Alemão guarda com carinho um livro datilografado por ele mesmo há mais de 30 anos, onde relata a história do Coxipó do Ouro, as riquezas encontradas pelos bandeirantes, a igrejinha centenária... "Isso aqui é a nossa vida, nossa memória não pode ser esquecida", justifica Alemão.


PONTE DE FERRO É HISTÓRIA

A colocação da Ponte de Ferro do Coxipó foi um verdadeiro acontecimento em Cuiabá no final do século 19. Importada da França, tinha 54 metros de comprimento por 4,20 metros de largura, assentada sobre pilares de pedra canga, cimento e alvenaria. Foi inaugurada em 20 de junho de 1897.

Tombada como patrimônio histórico e cultural do Estado em 1984, a estrutura se tornou um marco na capital por facilitar a entrada de mercadorias e expandir o comércio local.
 
1Ponte de Ferro, inaugurada em 1896

Derrubada por uma enchente em 1995, o que restou dela, um amontado de ferro contorcido, está no leito do rio, ao lado da nova e estreita ponte de concreto atual.
"E o que é pior, colocando em risco a vida das pessoas. Tem estrutura metálica lá que se alguém escorregar e cair nela, sofrerá lesão grave", informa Adê Silva, defendendo a revitalização completa da área.

CENTENAS DE VISITANTES



Mesmo ainda sem a infra-estrutura adequada, como facilidade de estacionamentos, pontos de apoio e banheiros públicos, a região do Coxipó do Ouro recebia nos finais de semana, antes da pandemia do novo coronavírus, centenas de visitantes.

Boa parte em busca dos tradicionais campeonatos de futebol da região, mas reunia também motoqueiros, que chegaram a fazer encontros nacionais na localidade. Havia ainda os que buscavam às águas cristalinas do Coxipó do Ouro, trilhas, uma paisagem única e uma culinária cuiabana de primeira. 



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Água cristalina garante uma opção de lazer aos cuiabanos


Na rua principal da comunidade há vendedores de pastel, bolo de arroz, caldo de cana. Na praça um Cruzeiro marca o início da colonização cuiabana com uma placa inaugurada pelo então prefeito Rodrigues Palma, em 1976.

O local onde a bandeira de Pascoal Moreira Cabral acampou ergueu também a primeira igreja (em 21/02/1721) em uma homenagem singela à Nossa Senhora da Penha da França. Alí foi celebrada a primeira missa em solo cuiabano, pelo padre jesuíta Jerônimo Botelho.

1Pracinha do distrito, com a igreja Nossa Senhora da Penha ao fundo

"(...) Abandonaram o arraial primitivo e se agruparam em Forquilha, já na confluência do Rio Mutuca com o Coxipó. Lá levantaram a primeira igreja, em homenagem a Nossa Senhora da Penha da França e celebraram a primeira missa, foi o maior passo além do tratado de Tordesilhas", traz trecho de texto da Secretaria de Estado da Cultura registrado pelo Instituto Memória da Assembleia Legislativa, descrevendo o ambiente da época.

Historiadores contam que o terreno chegava a render quilos e quilos de ouro aos exploradores, mesmo sem as ferramentas apropriadas. "Os paulistas, que já não ligavam para roça recém plantada e nem queriam mais prear índios, se renderam ao brilho do ouro", cita o documento.





Fonte: Midiahoje

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Instalação de lixeiras no Coxipó do Ouro

Turistas de diversos lugares vem no Coxipó do Ouro para aproveitar as belezas naturais da região, mas muitos acabam deixando seu lixo ali mesmo, no chão. Para evitar danos ambientais, A Associação de Moradores do Coxipó do Ouro (AMCO), iniciou, uma campanha de conscientização ambiental.

A intenção é estender as atividades para outras praias da região, mas para isso precisa contar com a ajuda da comunidade.

Com o propósito de contribuir concretamente com as ações de conscientização ecológica, a (AMCO) Associação de Moradores do Coxipó do Ouro ganhou lixeiras de coleta de lixo. Os latões usados são parte da iniciativa ambiental, pois foram reutilizados, ao invés de serem dispensados por indústrias. Depois que os latões estiverem cheios, o lixo é recolhido pela subprefeitura e por comerciantes locais.

O Comerciante Maicon Viana, Restaurante Beira Rio do Alemão diz que aprova a iniciativa, mas ainda vê muitos banhistas jogando lixo na praia e que toda vez que vai no rio, ele mesmo fica catando lixo que vem rodando pelo rio.

O turista venezuelano Christian Salazar que visitava o distrito. Diz “Algumas pessoas têm mais consciência e usam as latas de lixo, outras nem tanto e acabam deixando latas e outras sujeiras no chão. Não há muita diferença de Caracas para aqui”, concluiu.

Segundo o presidente da AMCO Thiago Pedroso, as lixeiras servem para educar e reeducar crianças e adultos quanto aos cuidados com o meio ambiente. Esta sendo a melhor forma de preservar nossas vidas e também de fazer com que as pessoas passem a refletir sobre que mundo queremos amanhã.


Esta ação das lixeiras foi conseguido graças ao apoio da Central de Associações Rurais do município de Cuiabá, Top Serviços Terceirizados, Papelaria Universitária, Lions Clube Cuiabá Ellen Keller, Arquidiocese de Cuiabá e CONSEG Coxipó do Ouro e Região.



segunda-feira, 13 de julho de 2020

Atendimento de ocorrência da PMMT

Centro de operações aéreas da PMMT em atendimento a ocorrência de invasão de fazendas na comunidade da Ponte de Ferro.

A região Rural está cada vez mais protegida pelas autoridades policiais.
A Comunidade Rural de Cuiabá agradece a PMMT pela presteza no atendimento.